Os excessos nas campanhas eleitorais estão por todo o país e as sanções acabam dando visibilidade ao invés de serem coibidas.
Como é o caso da campanha do candidato a vereador Lucas de Oliveira (PSDB), em Florianópolis (SC). Ele fazia pequenas passeatas distribuindo propaganda com sua foto, legenda e número num papel tão fino quanto o de seda, que é utilizado por consumidores de maconha para enrolar o cigarro. Em destaque no santinho estava o apelido: Presidente THC.
Na terça-feira (4), foi divulgada proposta pelo Ministério Público Eleitoral pedindo a proibição da propaganda. Na quinta-feira (6), o juiz Luiz Felipe Schuch, da 13ª Zona Eleitoral de Florianópolis, aceitou o pedido da promotoria e concedeu liminar (decisão provisória) contra Oliveira, também conhecido nas ruas como “candidato da maconha”.
Origem dos problemas
A ação começou com a apreensão pela Polícia Militar da propaganda numa escola. A origem da repressão e a posterior proibição só fizeram redobrar o esforço dos cabos eleitorais do candidato, na maioria adolescentes de escolas públicas.
O promotor eleitoral Sidney Dalabrida viu ilegalidades na propaganda e no uso de adolescentes. No requerimento à Justiça afirmou que “o MP deve proteger o eleitor de qualquer artifício capaz de induzi-lo à prática de atos ilícitos, principalmente em face de pessoas ainda sem maturidade intelectual suficiente para compreender os diversos efeitos sobre o organismo que decorrem naturalmente do uso de substâncias entorpecentes”.
Na prática, ele pediu o fim da campanha porque ela representaria apologia ao consumo de drogas. Oliveira aproveitou o episódio para desafiar o promotor: sua equipe levou às ruas dois bonecos amordaçados e com mãos algemadas. O candidato se diz vítima de uma perseguição baseada apenas em “argumentos morais”.
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Fonte: UOL