Presidenciável defende Estado laico e diz que não quer “uma
guerra santa” nas eleições
Missionária da Assembleia de Deus, Marina Silva irá concorrer pela terceira vez à presidência do Brasil. Lançada pela Rede, partido da qual é fundadora, ela aparece em algumas pesquisas eleitorais em segundo lugar, empatada tecnicamente com Jair Bolsonaro.
Ex-senadora pelo Partido dos Trabalhadores, ela também já passou pelo Partido Verde e pelo Partido Socialista Brasileiro, revelando sua afinidade com as pautas defendidas pelas agremiações de esquerda.
Em entrevista ao jornal O Globo, explica que suas divergências com o PT foram “em função do distanciamento que foi acontecendo em relação a compromissos que para mim eram inarredáveis, como a questão da sustentabilidade”. A candidata apoiou a prisão de seu antigo aliado Lula, dizendo que não usa “dois pesos e duas medidas”, embora deixe claro que “isso não significa que eu não fiquei triste com tudo o que aconteceu”.
Enfatiza também que defende a punição para pessoas de todos os partidos envolvidos em denúncias: “Eu não posso combater a corrupção quando ela acontece com um campo ideológico e fazer vista grossa quando acontece em outro”.
Embora o jornal O Globo diga erroneamente que Bolsonaro seja evangélico e, portanto, mais parecido com Marina, a candidata rejeita ser rotulada assim. “Não gosto dessa dicotomia de dividir os candidatos de acordo com a fé que professam. Eu tenho a noção do que é o estado laico, aliás, o estado laico foi uma grande contribuição da reforma protestante, e só os que desconhecem a história advogam que ser cristão evangélico é, a priori, ser contra o estado laico. Então, eu posso até ter adversários ideológicos, mas não quero que se faça no Brasil uma guerra santa”, insistiu.
Ao contrário da polidez que usou para se referir a Lula, Marina foi bastante dura em sua avaliação do pré-candidato pelo PSL. “Bolsonaro é um candidato que evoca o lado escuro da força, e em momentos de crise a história já mostrou a que leva esse tipo de evocação. Um candidato de cunho populista, com viés autoritário muito forte, que não respeita direitos humanos, as minorias, e não respeita a própria democracia, muito embora usufrua dela para defender suas ideias antidemocráticas”, disparou.
Em seguida, afagou o ex-ministro Joaquim Barbosa, que poderá se candidatar pelo PSB, mas também foi especulado como vice da Marina. “Acho que ele deu uma grande contribuição ao país. Obviamente que em alguns aspectos temos trajetórias de vida semelhantes, de condição de vida simples”, encerrou.
Com informações: Gospel Prime
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