terça-feira, 17 de outubro de 2017

Pastor evangeliza traficantes: “essa é a minha missão”

“A igreja passou a ser um show, mas Jesus vivia no meio dos pecadores, das prostitutas, dos bandidos”, afirma André Assis.




O jornal El País publicou em seu site uma matéria sobre o pastor André Assis, que possui um trabalho de evangelismo nas grandes favelas do Rio de Janeiro. Nela a equipe de reportagem acompanha o pastor, de 45 anos, pelos Complexos do Chapadão e da Maré, zona norte do Rio.

“Os grupos de adolescentes ameaçadores que vigiam as ruas se desarmam diante do chamamento do pastor. Ninguém questiona ou se incomoda com a sua presença, nem tampouco com a da reportagem. O pastor representa a única autoridade – além de seus chefes – que eles respeitam e temem,” ressalta a reportagem.

Com mais de 10 anos trabalhando diretamente com pessoas ligadas ao tráfico de drogas, o pastor André observou a necessidade de criar um centro de reabilitação como refúgio e abrigo para os ex-traficantes, o instituto Revivendo com Cristo.

“Criei este lugar porque percebi que meu trabalho estava incompleto. Uma vez, numa das situações mais chocantes da minha vida, um traficante me chamou. Chorava e implorava que o tirasse dali. Não pude ajudar, não tinha aonde levá-lo”, conta o pastor.

A reportagem ainda cita como alguns dos ex-traficantes agora atuam com o pastor André nas missões de evangelismo. “Jackson, um jovem de 23 anos, procurou Assis quando os seus próprios companheiros o condenaram à morte depois do desaparecimento de uma quantia significativa de dinheiro. Jackson, que fumou o seu primeiro baseado aos oito anos e era um dos seguranças do chefe de sua favela, agora usa paletó, leva uma Bíblia na mão e segue os passos do pastor, procurando evangelizar as pessoas, tomando a si próprio como exemplo. Após fugir da sentença de morte, Jackson vai se casar e formar uma família, embora ainda viva no centro de recuperação onde Assis leva quem deseja segui-lo”.

A matéria ainda aborda o crescimento da penetração do evangelho nas comunidades em relação a queda do catolicismo, além de falar sobre intolerância religiosa e como muitos não conseguem se desligar do tráfico, mesmo tendo sido criados na igreja.

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