Nome “Jesus” agora pertence à empresa de vestuário italiana
Michael Julius Anton liderou muito tempo um ministério para solteiros em uma igreja evangélica em Virginia Beach, Virgínia. Quando decidiu criar sua própria marca de vestuário, o nome escolhido foi “Jesus Surfed” [Jesus surfou]. Ele conta que teve a ideia depois de organizar um retiro espiritual na praia com o tema “Andando sobre as águas”. Ele pensou que se Jesus viesse nos dias de hoje, ele seria um surfista. Após criar o site jesussurfed.com, começou a vender camisetas, moletons e bandanas decoradas com uma silhueta de Jesus segurando uma prancha de surf gigante.
Para sua surpresa, quando foi registrar a marca, descobriu que o uso do nome do filho de Deus para roupas já pertencia a outra pessoa. Um fabricante de calças jeans na Itália registrou o nome nos EUA em 2007. Não se trata de nenhuma imagem ou logotipo especial, apenas a palavra.
Anton disse que pensou em usar outros nomes como “Jesus First”, “Sweet Jesus” e “Jesus Costure”, mas desistiu quando recebeu uma carta da empresa “Jeans Jesus”, dizendo que podia processá-lo por perdas e danos.
Os advogados da empresa italiana dizem que estão apenas tentando proteger o valor de sua marca, como qualquer empresa faria. “Mas se alguma igreja, grande ou pequena, quer usar a palavra ‘Jesus’ em algumas camisetas, não nos importamos”, disse Domenico Sindico, o presidente do conselho de propriedade intelectual da BasicNet SpA, a empresa com sede em Turim, Itália, dona da Jesus Jeans e da marca esportiva Kappa.
A BasicNet tentou registrar a marca “Jesus” mundialmente em 1999, mas foram necessários oito anos para conseguir fazê-lo em alguns países. O nome Jesus está estampado em roupas esportivas, além de jaquetas, coletes, camisas, calças em jeans, além de cintos de couro.
O nome originalmente surgiu na década de 1970, quando Maurizio Vitale, um empresário italiano pensou em usar o nome durante uma viagem a Nova York. Enquanto caminhava ele passou por um teatro que na época apresentava a peça “Jesus Cristo Superstar”.
“Ele entendeu que o nome Jesus podia ser usado em um contexto não religioso, representando a vontade de se rebelar e a recusa em obedecer,” explica Sindico. A marca fez uma série de campanhas que foram criticadas pelo Vaticano. O anúncio mais famoso mostrava uma mulher com o nome Jesus em um minúsculo shorts jeans e a frase “Aquele que me ama, me segue”.
Quando Vitale morreu, em 1987, a marca sumiu. A BasicNet adquiriu a massa falida da Jeans Jesus na década de 1990 junto com outras marcas e decidiu relançá-la em 2011. Mas as tentativas da empresa para emplacar o nome “Jesus” foram rejeitadas em vários mercados como China, Suíça, Austrália, Noruega, Cuba, Turquia, Uzbequistão, Tadjiquistão, e Quirguistão.
Em 2003, o escritório de patentes da Grã-Bretanha rejeitou a tentativa de registro, alegando ser “moralmente ofensiva para o público”, mas a Jeans Jesus teve sucesso em registrar através da União Europeia como uma “marca comunitária”. Ou seja, válida em todos os países da União Europeia.
A Jesus Jeans diz que está planejando uma campanha de marketing internacional, tentando associar a marca a ideias de “solidariedade” e de “sociedade pacífica.” Mas antes, tenta eliminar todas as outras confecções que usam o nome. Com informações The Blaze e WSJ.
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