terça-feira, 11 de dezembro de 2012

DESIGUALDADE RELIGIOSA NA ARGENTINA


Governo argentino dá prioridade para a Igreja Católica em nova Lei de Mídia

As demais religiões ficarão de fora do direito a canais de TV e estações de rádio

Governo argentino dá prioridade para a Igreja Católica em nova Lei de MídiaCristina Kirchner, presidente da Argentina.
Uma decisão tomada pelo governo argentino e assinado pela presidenta Cristina Kirchner tem causado polêmica por dar prioridade apenas a Igreja Católica, a única instituição religiosa que a partir da próxima sexta-feira poderá ter canais de TV e estações de rádio no país.
A nova Lei de Mídia, aprovada em 2009, mas alterada em seu artigo de número 37 concede aos representantes católicos o direito de ter concessões sem precisar de autorizações prévias nem mesmo precisa de licitações.
Pessoas ligadas à presidenta dizem que a medida foi tomada levando em consideração que a Igreja Católica já estava estabelecida no país antes mesmo de sua independência e que para a sociedade a igreja tem um status legal especial.
Porém outros líderes religiosos estão contestando, dizendo que o Estado é laico que nada pode fazer com que o governo dê prioridade apenas para uma religião.
“Queremos tratamento igualitário”, disse Gastón Bruno, vice-presidente de relações externas da Aliança Cristã de Igrejas Evangélicas da Argentina (ACIERA).
“Para o Estado argentino as igrejas evangélicas são entidades civis e não uma fé. E isto ocorre 200 anos depois da independência do país, momento no qual se produz a igualdade de vários direitos de vários setores. Mas nós, embora sejamos uma minoria crescente e dinâmica, não somos tratados de forma igualitária”, explica.
Na Argentina há 5 milhões de protestantes, o que representa cerca de 12% da população, um número significativo. Mas não foram só os evangélicos que protestaram contra a nova lei, a comunidade judaica, a maior da América Latina, também tem reclamado desse privilégio que a presidenta concedeu à Igreja Católica.
O Conselho Nacional Cristão Evangélico (CNCE) da Argentina diz que a decisão é “uma dolorosa e inexplicável discriminação religiosa” dizendo que os protestantes também se instalaram no país antes da independência e que junto com os demais argentinos lutaram em favor da liberdade. 
As informações são do Estadão.

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